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Infertilidade Funcional


Adriana Martínez 
Fisioterapeuta, especialista em Saúde da Mulher e Uroginecologia

A infertilidade funcional é a dificuldade para conceber um filho de forma natural ou de levar uma gravidez a termo, com sucesso, depois de 1 ano de vida sexual ativa.
É importante assinalar que nestes casos, é fundamental que sejam avaliados tanto o homem como a mulher. De igual forma, é relevante que a avaliação seja feita de forma multidisciplinar. Nos casos em que existe a suspeita de algum problema, a avaliação pode ser feita antes do ano.
Se é analizada a anatomia (composição do corpo) e a fisiologia (funcionamento do mesmo), encontraremos que todas as estruturas no corpo estão interligadas, pelo que a alteração duma delas pode comprometer o funcionamento das outras.

Avaliação da infertilidade funcional

Quando um casal encontra alguma dificuldade para conceber um filho, geralmente são avaliadas as possíveis alterações hormonais, alterações que possam existir no esperma, transtornos ovulatórios, bloqueio nas trompas de Falópio, e outras possiveis alterações compatíveis com a infertilidade; mas, o que sucede quando aparentemente está tudo bem e de igual forma não acontece a fecundação, ou quando há perdas de forma consecutiva e não há uma causa aparente?
Muitas vezes ficam fora da avaliação outras situações que bem podiam ser a causa do problema, como por exemplo:

  • Défice de vitaminas ou minerais (como por exemplo vitamina D, Zinco, omegas, manganês, etc), todas elas importantes para o equilibrio hormonal e de muitas outras funções.
  • Mobilidade dos órgãos pélvicos, muito importante para o processo de fecundação. Se por exemplo encontrarmos um útero sem mobilidade e numa possição em que exista um excesso de tensão no colo, isto pode dificultar a passagem dos espermatozoides para o encontro com o óvulo.
  • Aderências abdomino-pélvicas causadas por cicatrizes, processos inflamatórios, infeções altas (no útero, trompas), doençãs como Endometriose, entre outras. Isto pode limitar a mobilidade dos órgãos pelvicos, e até afetar a circulação.
  • Alterações da coluna cervical ou no crânio, que possam afetar o funcionamento do Hipotálamo ou da Hipófise; estas últimas controlam a produção hormonal.
  • Alterações mecánicas do Sacro, que podem afetar diretamente a posição do útero ou dar alterações na dinâmica intrapélvica. Estas situações podem prejudicar o controle vascular e nervoso dos órgãos pélvicos.
  • Alterações ciculatórias, que podem ir desde varizes pélvicas até problemas na coagulação; este tipo de situações pode imposibilitar o desenvolvimento do feto.
  • A obesidade, o sedentarismo, o stress, a depressão, a ansiedade e outras alterações emocionais, estão intimamente ligadas ao correto funcionamento de todas as estruturas antes mencionadas.

Equipa multidisciplinar

O trabalho multidisciplinar inclui a Fisioterapeutas e Osteopatas com formação em Uroginecología pois estes avaliam a mobilidade e função das estruturas tanto externas como internas; não só de ossos, ligamentos, tendões, músculos, fascia, como também dos órgaos, nervos e componentes vasculares.
Uma avaliação completa pode poupar tempo e desgaste emocional ao casal; e mesmo sendo necessária a utilização de técnicas como Fertilização in Vitro, por exemplo, o trabalho multidisciplinar pode fazer toda a diferença no sucesso deste tipo de tratamentos, tendo em conta que não só é relevante a união do óvulo com o espermatozoide. Por último, é fundamental lembrar que cada caso é um caso e por isso um correto diagnóstico faz toda a diferença.
Aprende mais sobre infertilidade funcional e o papel da fisioterapia pélvica no tratamento da infertilidade, no Episódio 3 do Podcast Uma Vida Mais Fértil.

Adriana Martínez 
Fisioterapeuta, especialista em Saúde da Mulher e Uroginecologia

Instagram: @projetocriaamf

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